sexta-feira, 18 de março de 2011

Romantismo no Mundo

Nas últimas décadas do século XVIII e durante boa parte do século XIX tomou força na Europa um movimento artístico, político e filosófico, o romantismo. Tendo seu berço nos países mais desenvolvidos, principalmente na Alemanha e na Inglaterra.
            O romance Os sofrimentos do jovem Werther do alemão Johann Wolfgang von Goethe é considerado por muitos como o início da literatura romântica.
 
Werther, personagem principal da obra Os sofrimentos do jovem Werther de J.W.Goethe.

Romantismo no Brasil

 O romantismo no Brasil tem inicio em 1836 com um grupo de brasileiros que estavam em Paris, liderados por Gonçalves de Magalhães.
           Com uma diferença temática e política o romantismo brasileiro foi se diferenciando do romantismo europeu (principalmente o português), assim criando características próprias como o patriotismo e a idealização do índio, típico herói nacional.

Capa do livro I – Juca – Pirama, um dos mais conhecidos poemas indianistas.

Fagundes Varela

Luís Nicolau Fagundes Varela, poeta fluminense e romântico, nascido em Rio Claro no ano de 1841 viveu na última fase do romantismo. Suas poesias têm duas fases distintas, a primeira focada no patriotismo e na abolição da escravatura (características da terceira geração de poetas românticos brasileiros) e a segunda que foi marcada por uma fase tumultuada de sua vida, com a perda de seu primogênito com apenas três meses de vida, da mulher logo em seguida e de seu amigo Castro Alves, todos esses fatos o levaram ao declínio existencial, assim colocando-o em uma vida desregrada e sem rumo. Foi nessa fase que criou poemas como Cântico do calvário dedicado a seu filho morto, tornando-se assim um poeta pessimista e com grande aproximação ao byronismo (características da segunda geração de poetas românticos brasileiros).
Fagundes Varela morreu em 1875 na cidade de Niterói em decorrência de uma apoplexia (acidente vascular encefálico).

Luís Nicolau Fagundes Varela

Imagens de Fagundes Varela

Poemas e Análise Crítica

O Sabiá
Oh! meu sabiá formoso,
sonoroso,
já desponta a madrugada,
desabrocha a linda rosa
donairosa, 
sobre a campina orvalhada.

Manso o regato murmura 
na verdura 
descrevendo giros mil,
some-se a estrela brilhante,
vacilante
no horizonte cor de anil.

Ergue-se, oh meu passarinho,
de teu ninho,
vem gozar da madrugada,
modula teu terno canto,
doce encanto
de minh"alma amargurada.

Vem junto à minha janela,
sobre a bela
verdejante laranjeira,
beber o eflúvio das flores,
teus amores,
nas asas de aura fagueira.

Desprende a voz adorada,
namorada,
Poeta da solidão,
ah! vem lançar com encanto
mais um canto
no livro da criação!

Oh! meu Sabiá formoso,
sonoroso,
já desponta a madrugada;
deixa teu ninho altaneiro,
vem ligeiro
saudar a luz d`alvorada.

Neste texto o autor  ( Fagundes Varela ) tende a expressar a beleza, as atitudes,  e características do sabiá. Ele fala que o sabiá é formoso, que é o responsável por abrir a madruga, desabrochar uma rosa apenas sobre uma campina.  Comenta também sobre o vôo do pássaro , que diz ter giros mil, e o compara a uma estrela, que se perde pelo céu anil.  Ele incentiva o passarinho a sair do seu ninho, e aproveitar a madrugada, cantando para ele em sua janela,  na madrugada,  com a sua voz de poeta solitário.  O autor cita também, os comportamentos do sabiá: de sair do ninho de madrugada, formoso e gracioso . O canto do pássaro é um encanto para Fagundes Varela.



A flor do maracujá

Pelas rosas, pelos lírios, 
Pelas abelhas, sinhá, 
Pelas notas mais chorosas 
Do canto do Sabiá, 
Pelo cálice de angústias 
Da 
flor do maracujá!

Pelo jasmim, pelo goivo, 
Pelo agreste manacá, 
Pelas gotas de sereno 
Nas folhas do gravatá, 
Pela coroa de espinhos 
Da flor do maracujá.

Pelas tranças da 
mãe-d'água 
Que junto da fonte está, 
Pelos colibris que brincam 
Nas alvas plumas do ubá, 
Pelos cravos desenhados 
Na flor do maracujá.

Pelas azuis borboletas 
Que descem do Panamá, 
Pelos tesouros ocultos 
Nas minas do Sincorá, 
Pelas chagas roxeadas 
Da flor do maracujá!

Pelo 
mar, pelo deserto, 
Pelas montanhas, sinhá!
Pelas florestas imensas 
Que falam de Jeová!
Pela lança ensangüentado 
Da flor do maracujá!

Por tudo que o céu revela!
Por tudo que a terra dá 
Eu te juro que minh'alma 
De tua alma escrava está!!.. 
Guarda contigo este emblema 
Da flor do maracujá!

Não se enojem teus ouvidos 
De tantas rimas em - a - 
Mas ouve meus juramentos, 
Meus cantos ouve, sinhá! 
Te peço pelos 
mistérios 
Da flor do maracujá!

O autor ,faz utilização  da redondilha maior, dando ao poema um tom de leitura mais popular. Em sua estrutura ele faz a utilização repetitiva de alguns termos no início dos versos, como as palavras pelas e pelo. Podemos perceber ao longo do poema, que o autor faz um apelo referente a elementos da natureza, para que a pessoa a que ele faz este apelo, guardar um emblema que ele pede. Na ultima estrofe ele utiliza um tom humorado, e pede para que não se enojem das rimas repetitivas que ele utiliza.


Poema

               Estrelas
               Singelas,
               Luzeiros
               Fagueiros,
Esplêndidos orbes, que o mundo aclarais!
Desertos e mares, - florestas vivazes!
Montanhas audazes que o céu topetais!
               Abismos
               Profundos!
               Cavernas
               E t e r nas!
               Extensos,
               Imensos
               Espaços
               A z u i s!
          Altares e tronos,
Humildes e sábios, soberbos e grandes!
Dobrai-vos ao vulto sublime da cruz!
Só ela nos mostra da glória o caminho,
Só ela nos fala das leis de - Jesus! 

Neste poema  o autor caracteriza de maneira simples coisas que ele fala, como por exemplo: “estrelas,singelas” .  Ele fala também para que tanto os humildes e sábios, como os soberbos e grandes para se dobrarem ao vulto sublime da cruz,  que a que mostra , segundo ele, as leis de Jesus. O poema tem uma característica interessante, pois ele faz o formato do poema , em forma de cruz, que é o objetivo principal por ele , falado no texto. Porem essa forma de poema utilizada pelo autor , é além das estruturas utilizadas pela época em que ele foi publicado .

Vídeos sobre o Romantismo



Alunos Poetas

TARDE DE PRIMAVERA


Seria uma perfeita tarde de primavera
Se estivestes acompanhada de mim
Com seu olhar sereno, seu divino encanto,
Porém, anoiteceu...
O sol se postou a dormir, e você...
Você se foi, junto ao sol,
Levando consigo seu brilho
Levando consigo toda sua formosura,
E ficamos a sós, eu e a lua,
Nos olhando, nos admirando,
Mas, adoraria eu, que ela quisesse me levar
Me levar para um lugar onde eu pudesse,
Pudesse ver todo seu esplêndido
Toda sua doçura, querida donzela,
Ah como querias ter o seu amor...
Seria uma perfeita tarde de primavera.


Autor: Erik Almeida




DOCE AMADA


Ó bela amada, tão doce, formosa e sutil
Me ilumina ao ver o brilho dos teus belos olhos
Tão azul quanto o céu que te acompanha nesta nau
Nesta nau que cada vez mais me afasta-te de ti!
Ó bela amada, minha doce e bela amada
Como seria a minha vida sem ver tua pálida e suave pele
Sem ver o enrolar dos teus cachos dourados...
Ah, como te queria de perto, ver-te de perto
Em tuas belas vestimentas de seda,
Ver o teu sorriso brilhar como este sol,
Ó doce amada, ó bela amada,
Sem ter-te aqui por perto, cometerei impulsos
Impulsos a qual não poderei nunca mais,
Sentir novamente a sensação de te olhar...
Adeus, doce amada, siga teu rumo,
Pode ser que te encontre outro dia...
No dia em que estivermos acima dos céus.



Autor: Erik Almeida 


QUE FALTA FAZ...

Como me lembro das longas tardes,
Em que me juntava a minha donzela
E juntos ficávamos contemplando a natureza...
Porém, envelheci, minha amada se foi,
E parece que o brilho que esta levou
Não volta mais! Que falta faz...
O brilho que me iluminara uma vez
Não voltará a iluminar nunca mais.


Autor: Erik Almeida 




ETERNOS SONHOS


Como posso alegrar-me...? Como posso alegrar-me...?
Quando vejo seus lábios rosados, paraliso
Pois não há visão melhor do que sua face esculpida por anjos
Leva-me ao delírio, voando sob nuvens e muralhas
Chegando proximamente aos céus, o ponto máximo,
O local da perfeição, onde o divino se encontra,
Onde fulgura tua robusta face, seus encantos...
Serias melhor cair de uma vez sob as muralhas,
E entrar no sono mais profundo com suas eternas lembranças
Eternas lembranças que jamais irão me acordar,
Prefiro eu dormir eternamente,
Ter-lhe nos meus pensamentos, meus delírios...
À que ficar acordado e não poder lhe ter jamais.


Autor: Erik Almeida 





OH, DIVINO DOS CÉUS


Oh, meu criador divino
Me diz como me curar, me afastar
Dessa chama vulcânica que não quer se apagar
Dessa coisa chamada amor, que enfureceu meus sentimentos
Que alagou meu coração, que invadiu meus pensamentos
E tudo por causa de uma esbelta donzela
De longos cabelos louros...
Brilhantes a luz do sol, belos ao vento
Pena eu não poder tê-la,
Ah, por ela eu faria de tudo,
Tudo que fizesse seu olhar se inclinar sobre mim,
Mas jamais irá acontecer, jamais...
Meu vidro peçonha me espera,
Me levará a um lugar,
Um lugar onde poderei tê-la
Em todos os meus sonhos...


Autor: Erik Almeida 


DÁDIVA

Doce, suave, formosa
Seria tu a mais bela de todas as rosas
Aquela que se destaca no meio de qualquer jardim
Aquela que Deus fez com toda perfeição,
Com medo de errar ao desenhar teu coração,
Aquela que brilha quando o sol irradia
Aquela que penetrou no meu coração
Tu és o mais belo de todos os fenômenos divinos
Aquele que me leva ao devaneio
Aquele que me faz profundamente sonhar
Querida suave rosa, imploro-te:
Nunca saias do meu jardim!
Não morra, por favor, imploro-te!
Se algum dia querer mudar de gramado,
Tentarei ir contigo, pois contigo vou,
Vou contigo a qualquer lugar...
Mesmo que não fiquemos aproximados,
Pois só de ver teus encantos
Sentir-me-ei gratificado
.


Autor: Erik Almeida 


MARÍLIA

Uma noite tu se fostes,
Oh Marília!
Uma noite tu partistes
E agora só restaram meras lembranças
De tudo que entre nós existiu

Marília, tu fostes meu único amor,
Mas sem tu aqui
Choras o meu coração
Então vem a saudade
Que tua ausência me traz

No vazio da solidão
Em que me encontro
Me resta apenas um consolo
Lembrar dos bons momentos
Que passamos juntos
Oh Marília!
 

Autor: Filipe Santos